ÉRAMOS JOVENS

domingo, 21 de novembro de 2010

DIX SEPT?


DIX SEPT ROSADO
Quero ver você ler assim, numa tacada só sem se enrolar ou rir!
Isso é nome de uma cidade no interiorzão do RN.
Depois de 4 horas na CE-040, sol a pino e bumbum quadrado achei que meus olhos estavam piores do que já são. Passamos pela placa e eu perguntei: “é o que???”
Por um momento achei que tivéssemos pegado a rodovia ao contrário e já estivéssemos no Suriname ou na Guiana! Sei lá! Comigo por perto, tudo pode acontecer, né? RS
Mas era aquilo mesmo: GOVERNADOR DIX SEPT ROSADO – kkkkkkkkkkkkkk com o que rosado???
Quando chegamos ao nosso destino (Olho d’água do Borges – esse nome também é estranho, mas...), depois de uma hora de beijos, abraços, sentados nas calçadas como é a rotina lá (ora, a cidade não tem nada! Não vi nem pracinha, afff!), chega um, chega outro (lugar pequeno, todo mundo vem ver “o pessoal de São Paulo”), entra num assunto, sai noutro eu falei que ia voltar para lá e ser prefeita! O pessoal apoiou, já tenho uns 30 votos lá! Fora a lei da pistola: ou vota ou vota!
Perguntei o que o prefeito de lá fazia pela cidade e meus parentes responderam em coro: NADAAAAAAA! E eu disse: “ótimo, vou dar continuidade!”
O povo ria! Graças a Deus a família de meus pais são todos bem humorados, falastrões e de corações ENOOOOOOORMES.
Ai lembrei do Dix! E falei: gente, que cidade é aquela que a gente passou... como chama mesmo? Dix septo bucal? Gipsy kings? DISXK SEXY?- O povo caia na risada de novo. Gente, eles falam direitinho!!! - Pois é... essa cidade mesmo!
Aí disseram que o cara tinha sido prefeito, governador e levou avanços para o local (não ali, mas para a região de MOSSORÓ).
Caramba! SALVE, SALVE o anti-séptico rosado!
Em SP, vim claro, correr olhar no Google! Isso mesmo, foi no século XVII! Terá sido ele, como diz o Solitário atual Pacato, parente de “finado Cicílio”? Se foi não sei, eu tive um Cicílio (provavelmente Cecílio, né) na família da mãe... bom, todo mundo com descendência nordestina tem um né? Li também que antes, esta cidade tinha por nome SEBASTIANÓPOLIS... bom, melhor o Rosado!
Fica mais uma perguntinha: quem nasce em SEBASTIANÓPOLIS é o que? Kkkk e quem nasce em DIX SEPTO ROSADO?
Coloquem suas respostas! Participem!
Beijos.
LOY

Loy e familia buscapé em FORTALEZA!


(em breve foto de EUZINHA lá)
Foi tudo de bom. Eu estava preocupada com mamãe e com a “Marla”, nenhuma delas havia ainda viajado de avião. Mas bora! Passagens compradas, malas arrumadas. Seria um roteiro simples: SP-Fortaleza-Mossoró-Fortaleza-SP.
Mas como nada na minha vida é simples... deu-se que para variar atrasamos O VOO TODINHO! Eram 360 pessoas esperando só a família buscapé aqui! Kkkkk
Poxa, já havia a informação de que iria uma idosa (80 anos) com dificuldade de deambulação, e chegando lá: CADÊ A BIROSKA DA CADEIRA DE RODAS?
Fui no balcão da Infraero, não era lá, era no da TAM, que não era lá! Ta bom! Então é onde? No vaticano?
Já fiquei brava!
Corre no tal check in (xéquim)! Corre que avião tá partindo (bom.. antes ele partir aqui no chão, do que partir no ar, né? Kkk). Passa no PIC PIC (detector de metal)!!! Ahhhhhhhh ta! Eu tinha pulseiras até os cotovelos, duas bacias como brincos e um tamanco plataforma. A moça olhou: “tire os brincos, pulseiras e sapatos, senhora e coloque nesta caixa!”, senhora é a mãe dela né?
Já fiquei brava II!
No avião... afff! Aquilo é um ônibus de excursão para a praia de perequê (que fazíamos há 25 anos atrás..rs); gente, quanta gente! Tomamos nossos assentos (tomamos mesmo, pois quase tiramos o povo a tapa dos bancos que correspondiam aos nossos bilhetes)! E as bagagens de mão? Kkkkkkkkkk Odeio pobre! Era blusa, casaco, cobertor, travesseiro, e uma frasqueira enooooooorme cheia de remédios! Kkk.
Sabe como é, né? Avião não é ‘busão’ que voce grita: “ô motoristaaaaaa, para aí pra eu pegar sacolinha na mala que o uóshinton vai vomitáaaaaaaaa!” – não não! – avião é chique, benhê!
Pois bem, naquela lata de sardinha e com tanta tralha quase não cabia era eu na poltrona! Mamãe se comportou direitinho, Marla também estava tranqüila, no meio da viagem quem passou mal foi o Ge (mano veio)! Ele tomou remédio para a pressão, achou que um comprimido era pouco, tomou TRES! Pressão deve ter ido a zero ou perto. Soca lanche, toma dramin (que estava na minha frasqueira). Bom, só sei que nem saboreei direito o lanchinho furreca da TAM!
Praia de Iracema, a visão do paraíso! De cara pro marzão de meu Deus!
O calor era algo entre 40 e 63 graus! Lembrei de minha estadia em Maceió! Ô meu Pai! Ia começar tudo de novo! Só pelada pra cima e pra baixo! Praia, feirinha (como pobre gosta duma feirinha, viu?), restaurante, feirinha, sorvete e outra feirinha. Fui na feirona do Beira-Mar! Bom, na terceira barraquinha a gente já não tinha mais dinheiro! Kkk!
Segunda, dia 15/11/10 – Mossoró agora ou nunca! Era para ter ido no domingo, mas mamãe não estava bem com o calorão. Na segunda ou vai ou racha! Fomos! Cinco horas de estrada, saímos ao meio dia. Tinha que ser paulistano, né? Sair meio dia de carro para pegar rodovia, viagem longa debaixo dum sol que doía. Um não! Devia ter uns 5 sóis! Muita água, água de coco, ar condicionado e vidro aberto (mais coisa de pobre!) é que o ar condicionado gente, resseca as vias aéreas! Como íamos cantar, falar, brigar? Chegamos na casa dos parentes de “olho d’água do Borges” as 17:30, saímos de lá as 20:30 e toca mais cinco horas de volta para Fortaleza. FALA SÉRIO! Só doido mesmo. É que não conhecíamos a terra de meu pai, e como ainda existe quase toda a família dele lá, não podíamos perder esta oportunidade. FOI TUDO DE BOM!
Na terça embarcamos de volta a SP, eu já tinha visto no jornal que não parou de chover aqui (só para variar!). Na ida, menos problemas no aeroporto, mas fomos novamente os últimos a embarcar e todo mundo olhando já com cara feia! Kkkkk. Nisso, eu não era mais eu! Cabelo molhado, sapecada do sol, mais muamba que na ida! Sem falar na freada na porta do avião para “tirar foto” – cinco se espremendo naquele aperto – e os comissários querendo fechar a porta e a gente: “espera moço, ‘tamo tirando foto!!!”. A volta demorou mais, sudeste com chuva, de Minas em diante foi uma eternidade! Mas chegamos bem, estamos ainda rindo das palhaçadas que contarei aos poucos.
Uma coisa é certa: aproveite o seu tempo com pessoas que você gosta. Não é o gostar como este de falar, escrever e ler pessoas da “net”. É o gostar com pessoas REAIS. Com pessoas de SUA convivência! GENTE, É TÃO BOM! IMPAGÁVEL!
Beijos.
LOY.

ELOCUBRANDO!!!


Aí o cara me falou: “não fico por aí elocubrando sobre o que você possa estar fazendo ou não! Senão já estaria louco!”
Afff! Eu pensei: vou dar na cara dele!
Tentei fazer de cara de intelectual, franzi a testa como quem diz: hum rum. E ele foi foi, falou falou e mandou mais, disse que conversar comigo era SALUTAR!
Para tudo agora já neste momentooooooo!
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Aí não me segurei e dei foi uma gargalhada! Poxa, em meia hora ele elocubrou e salutou na minha presença?! Ah não! Que feio!
Gente! Isso é a super bactéria? Não prestei atenção em mais nada do que ele disse, só imaginava o Bonner falando:
“e atenção, o ministério da saúde informou nesta sexta feira que a super bactéria está se elocubrando rapidamente, agora além de contagiosa são salutantes, ficam salutando de pessoa para pessoa!”ELOCUBRAR parece coisa de encubação, doença.
Já o SALUTAR, esse é até bonitinho... lembra saltitante!
Existem palavras que dão um nó no cérebro, né? Eu amo “troglodita” e “poliglota”!
Então gente, ‘prestenção’! Eu ia colocar aqui o que significa. Mas não vou contribuir para vocês ficarem mais sedentários ainda, né? Põe no Google! Pega um dicionário! MEXAM-SE! E depois coloquem nos comentários o que encontraram.
AMEI.
Volto para falar da viagem ta?
BEIJOS.
LOY

sábado, 6 de novembro de 2010

AACD Texto III


(ultimo da série...rs)
O TEMPO PASSOU.....
Entre idas, vindas a vida foi seguindo. Aos 12 anos o Bruninho passou por uma cirurgia na AACD, já estávamos meio atrapalhados com o começo da doença da mãe. Mas a cirurgia foi um sucesso. O procedimento foi para esticar mais os nervos das pernas, que não tinham melhorado com o uso do botox e fisioterapias. Agora, nosso homenzinho já estava quase dispensado da AACD, só voltaria anos depois para ver a cicatrização da cirurgia. Mas com 12 anos, ele já andava sem próteses, de bicicleta, de skate, de cabeça pra baixo... afff, menino terrível! De uma inteligência e percepção que nos assustava e nos surpreendia. Passamos a ir ao Mato Grosso do Sul, como se estivéssemos indo no outro bairro! Até que Bruno ganhou um irmão, o JOÃO GABRIEL, afilhado meu e do Ge. Não pudemos ser padrinhos do Bruno, pois o conhecemos já batizado. Isso para o Bruno foi motivo de revolta, afinal ele ia ter um irmão 10 anos depois de nascido, e as pessoas que ele tanto amava iam ser padrinhos DO OUTRO, o moleque teve até depressão! Kkk que a minha prima curava no tapa! Kkkkk
Mas fomos honrados com a responsabilidade sobre o Joãozinho, que nos deixou mais bestas do que somos.
E o Bruno? Então... o vimos ao vivo tem uns 4 anos, ele tinha 14 anos! Enorme.. mais alto que eu (sem novidades.. qualquer coisa é mais alta que eu!). As pernas não ficaram perfeitas não, pois os dois primeiros anos foram cruciais para esta definição, se entre o nascimento e os 2 anos ele tivesse o tratamento adequado, estaria perfeito fisicamente. Não há culpados. A culpa é da cultura, da criação, do preconceito. Bruninho conversou comigo e o Ge, como GENTE GRANDE, disse coisas do coração que não cabe aqui expor. Confidenciou-nos mágoas, traumas, alegrias que jamais imaginaríamos serem ditas por alguém tão jovem e com mais maturidade (naquele momento) que nós mesmos com 38 e 33 anos.
HOJE ele tem 18 anos, é lindo demais. Ainda vive em Paranhos (MS), e como todo jovem não dá mais muita bola para os velhotes aqui. Afinal, eu e meu irmão temos a idade dos pais dele! Kkkkkk e somos, na visão dele: UM PORRE!
E somos mesmo!
Nosso sonho seria ele terminar o colégio lá e vir para SP estudar em nível superior. Mas o sonho dele no momento é NAMORAR, ORKUTAR, ZOAR COM OS AMIGOS, DIRIGIR, essas coisas que aos 18 anos é o MUST! E que se você não fizer, o mundo vai se acabar.
Para ele a AACD só vai ser importante, lá na frente. Para nós, essa é a hora. Pois como ele, milhares de pessoas hoje convivem na sociedade por que existem outras pessoas que praticam a COMPAIXÃO, que não é pena, não é dó, não é obrigação.
As políticas governamentais ainda estão bem longe dessa assistência, ou porque o país é grande, ou porque não fazemos a política como deve ser feita, prova disso é eleger um TIRIRICA para deputado federal, né? Bom.. deixemos isso, POR ENQUANTO.
Já que perdemos tempo (ou não) com tanta besteira em net, que tal acessar o site da AACD? Joga no Google ou
http://www.aacd60anos.com.br/
BEIJOS DA LOYRA

AACD Texto II



UM NOVO OLHAR
Ali (na AACD) conheci um mundo de sorriso, de acolhimento. Hidrocefalia e Paralisia Cerebral não eram nada em comparação a tantas outras situações que fiquei conhecendo, não lembro os nomes, são complicadíssimos.
E as pessoas? Tinha minha prima lá dos confins de outro estado, tinha a mãe do extremo sul da capital de SP, que para ali chegar tinha saído de casa NO DIA ANTERIOR, três, quatro conduções com o filho no colo e até a mãe da classe A, chique, enfeitada, cheia de grana, chegando num carro que nunca vi e com CHOFAIR (xoférrrr! essa sim, para nós, de outro mundo). TODAS num mesmo lugar, unidas por seus filhos, sobrinhos, netos. A consulta foi um sucesso, o caso do Bruno era dos menos críticos. Dali mesmo, fomos para a oficina de próteses, para tirar medidas de uma bota ortopédica que ficaria pronta em uma semana.
Falei da mãe da zona sul, né? Mas falei de nós da zona leste? Quatro da manhã e nós já com o Bruno e a mãe dele num ponto de ônibus (não tínhamos carro). Um bebê de 2 anos que não andava, bolsa, malinha, comida, mamadeira, fomos eu e o Ge, ele com o Bruno no colo eu com a prima e as bolsas! Um ônibus (40 minutos), metro de vila Matilde até a Sé, baldeação da Sé para Santa Cruz e mais um ônibus para descer perto da AACD! TÁAAA?? Três horas depois, estávamos lá... mortos de cansados! Mas eu não tinha nem 30 anos... tudo era em prol de ajudar, como sempre fizemos.
Próteses prontas! Adaptação, não forçar para ele não estranhar, mas tentar ao máximo fazer ele se movimentar. Gente, o BRUNO FICOU DE PÉ! As próteses machucavam, incomodavam, faziam calos, ele chorava... mas parecia que já sabia que eram necessárias. Pois não reclamava... sorria quando a gente colocava ele de pé e empurrava, puxava pra ele andar. Eu aos 26, o Ge 21 e parecíamos dois abobalhados como o bruno. Minha mãe... afff, minha mãe deu o quarto, a cama, tudo! Alias, a vinda do Bruno para SP foi a desculpa para mamãe trocar o jogo de quarto! Afinal era a filha da irmã dela que vinha com o sobrinho-neto, e se era filha da irmã, merecia tudo DO BOM E DO MELHOR.
Ele saiu de SP para volta com 6 meses, levou instruções para fisioterapia, etc etc. Seria o tempo de se acostumar com as próteses e trocá-las devido ao crescimento. Assim foi feito. Cada chegada de Bruno a SP era uma festa, faltávamos no trabalho, levávamos ele para todos os amigos conhecerem, e choraaaaaaaaaaavamos quando ele ia embora, parecia que não íamos nos ver nunca mais. A AACD passou a ser extensão de nossa casa, que coisa linda acontece ali, se você não conhece, não perca tempo.
A história de uma vida não dá para ser resumida, mas já está escrita a parte. Aqui é só para ilustrar e colocar o valor dessa instituição e do Bruninho que é prova viva do trabalho da AACD (detalhe: SEM PAGAR NADA).
Assim fomos de seis em seis meses, com lágrimas de alegria, pois as perninhas do Bruno já ficavam esticadinhas e ele andava segurado na gente! Em 1996 meu irmão comprou nosso primeiro carro, afff! Adeus busão e metro para a AACD! Que felicidade! O Bruno ia ter conforto! Na primeira consulta que fomos de carro, quase não cabia gente! Fomos com lotação esgotada! Kkkkkk. POBRE É FOGO! Desta vez ao chegarmos a Barra Funda, para embarque deles para o Mato Grosso do Sul: BRUNO ANDOU SOZINHO aos 3 anos! Poucos passos, se equilibrando com os braços abertos, pronto.. ficamos desidratados de tanto chorar!
Daí para frente, só evolução. Ele vinha e a gente viajava! Praia, Campos do Jordão, Aparecida. Temos fotos de tudo! Passou um mês internado na AACD para treinamento intensivo, gente do céu: acomodação de HOTEL 5 estrelas! Ele e minha prima, e nós indo lá TODOS OS DIAS, eles não foram deixados UM DIA SEQUER sem contato conosco. O dia que não íamos, ligávamos! Costumo dizer que o Bruno foi o presente que Deus nos deu, e presente você não escolhe! O Bruno foi a preparação para lidarmos com o Alzheimer atual de mamãe.
Segue...

AACD



TEXTO I
Sempre que toco no assunto DEFICIÊNCIA, lembro de uma propaganda recente que um adulto caminha com uma criança e a criança vê o morador de rua, vê a outra criança pedinte e o adulto não vê. Nós, orgulhosos adultos, que temos carreira, casa, carro, emprego não vemos o que NÃO nos interessa. Lembro-me de na infância e adolescência não ter nada a favor ou contra deficientes, mas lembro de ter contra crianças. Talvez porque mesmo nosso pai não deixando faltar nada dentro de casa, nossa mãe sempre foi “batalhadora”, as coisas “supérfluas” ela se virava, e nos anos 70 não havia tantas creches, mas já havia mulheres chefes de família e mamãe “cuidava” das crianças dos outros para entrar um dinheiro a mais. Contarei isso em outra oportunidade. Isso nos deixou meio que cismados, pois o “melhor” era sempre para o filho dos outros... e vai criança (nós, os filhos) entender isso? Não era o melhor, era a obrigação da mãe! Mas para nós, criança era sinônimo de problema. O tempo passou, crescemos, o bairro cresceu, mamãe passou a fazer outras coisas e a vida seguiu.
Vinte anos depois, uma prima amada (como todos os nossos parentes, são muito amados por nós) teve um filho, lá nos confins do MS, extremo sul, cidade de fronteira chamada PARANHOS. Quando ele nasceu (1992), a tia escreveu e disse que ele tinha ‘um probleminha’ nas pernas, tinha ‘fraqueza’, não ficava em pé direito... para nós, normal. Se, era filho da prima, era amado também. Meu pai adoeceu em 93 e morreu em maio de 94; e conhecemos o BRUNO, este filho de minha prima em agosto de 94. Deus é realmente providencial, nos mandou o Bruno para preencher aquele vazio.
Foi assim: recebemos uma carta dizendo que ele vinha em consulta na AACD de São Paulo, e claro colocamos nossa casa a disposição, mesmo porque eu e minha prima somos contemporâneas e éramos muito amigas quando moraram aqui perto de nós. Apaixonamos-nos por Bruno á primeira vista, menino lindo, lindo, lindo! Doce, risonho! E quando a prima colocou-o no chão de casa, com 2 aninhos vimos o “probleminha”: ele não andava. Não era fraqueza não gente, era PARALISIA CEREBRAL, que afetou a parte motora dos membros inferiores.
O susto foi enoooooooorme! Ele colocava as mãozinhas no chão e impulsionava para se deslocar, pois as pernas não tinham mobilidade (aparentemente) nenhuma. Primeiro emudecemos, depois choramos e a prima contando a história e ele nem aí! Rindo, brincando, falando a língua dos bebês dessa idade. Pois, como todo ser que nasce fora dos padrões chamados “normais”, para Bruninho estava tudo certinho! Na visão dos deficientes, estranhos somos nós (os normais), aprendem tudo igualzinho, ou até melhor, dentro de suas limitações. A deficiência dele era só motora, sem retardo ou danos maiores no cérebro. AFFF, caímos de pau na prima! Por que não falaram antes? Por que só vieram a SP depois de dois anos? Se tivessem vindo antes, ele estaria andando! Brigamos, questionamos. Mas depois nos colocamos no lugar dela, do marido, da família. Eu vivo em São Paulo, onde tudo é acessível (e ainda achamos ruim), eles vivem num lugar que o hospital mais próximo fica a 5 horas de estrada de terra, com pontinhas de madeira (duas madeiras), lugar esquecido, não tem mercado, feira, saúde, rede de esgoto, não tem ônibus, gente, afff, não tem nada! ESTAVA EXPLICADO.
O Bruninho também gostou da gente! Tratávamos ele, de igual para igual. Como não tínhamos mais o costume com crianças, ele era nosso brinquedinho! A gente ria muito e ele também. Era tanto beijo, tanto abraço. Minha prima é meio seca, mas a vida dela não foi fácil, talvez ela tenha colocado essa armadura e não conseguiu tirar mais. E numa cidade pequena ter um filho deficiente, é barra! Fomos à consulta com ela, afinal ela não sabia “andar” em São Paulo. Conheci naquele dia a AACD, que passava na frente sempre, sabia do que se tratava, mas nunca havia assimilado (perdoe a expressão) bosta nenhuma; nunca imaginei que ali dentro era um universo a parte. Chorei da portaria de entrada até ... até... até HOJE! Não chorei de dó não, chorei e choro de emoção. SEGUE...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mais um ciclo encerrado!


Mais uma primavera.
Mais uma, menos uma... qual a diferença? Bom, a diferença é que nunca é MENOS UMA! Lá se vão quarenta e duas.. sorte minha que bem vividas!
Nada tenho a lamentar no frigir dos ovos. Ganhei, perdi.. mas lá no fundinho ganhei mais do que perdi.
Ganhei por exemplo coragem. Coragem de escrever e muito pior: PUBLICAR! Kkkkk!
Meu amigo Santi me ligou na segunda e pediu para que eu lesse o jornal na terça (02/11) meio dia, teria uma surpresa! E tive MAIS UMA linda surpresa.
SOU MANCHETE! KKKKKKKK Isso é coisa de amigo mesmo, né?
Ta lá no jornal bem grandão: PARABÉNS GILDA!
Afff.. assim loyra num guenta, gente!
Segue a matéria (ó que chique.. é só uma notinha, mas para mim a maior matéria do mundo!)
A década de 60 foi uma das mais efervescentes no mundo todo, como bem retratou o jornalista Zuenir Ventura no livro “1968 o ano que não terminou”. Nesse ano, especificamente, o planeta era uma verdadeira panela de pressão, prestes a explodir. O Homem chegava a Lua, acontecia o primeiro transplante de coração na África do Sul, a guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética, matava milhares de pessoas no Vietnam, os estudantes saiam às ruas na França, Martim Luther King, liderava um movimento negro na América do Norte e os russos invadiam a Polônia, na terrível Primavera de Praga. Aqui no Brasil os militares que mantinham o poder endureciam o jogo com a decretação do famigerado AI5 e a repressão prendia, torturava, matava e arrebentava, a quem se opunha, obrigando aos jovens sonhadores a pegarem em armas, como fez a nossa agora presidente Dilma Rousseff. Mas tinha coisas boas, como por exemplo, a Tropicália, movimento musical, que além de muita alegria combatia o regime de forma velada. Nas rádios, Beatles, Caetano, Jovem Guarda, Chico, Simonal, Elis, entre outros e também a boa música francesa. A televisão exibia a novela Antonio Maria, com o saudoso ator Sérgio Cardoso e o cinema deixava a todos extasiados com o filme “2001 uma Odisséia no Espaço”, de Stanley Kubrick. Mais o fato mais importante que aconteceu naquele ano, foi em novembro, mais precisamente no dia 2 de novembro. Neste dia em Sampa, nascia uma estrela. Batizada de Gilda, ela veio abrilhantar mais essa constelação chamada mulheres. Hoje no auge de seu brilho, ela ilumina e aquece a todos que estão em sua órbita e até os que estão distantes, como é o meu caso. Beijos amiga e até daqui a pouco!
ANTONIO SANTIAGO
Fala agora que não é para eu subir às nuvens e outros rasgarem-se??? Kkkkkk
Então... RASGUEM-SE DE NOVO!
Claro que não ficou nisso, amigos, parentes um bolinho para não passar batido, pois ganhei viagem a Fortaleza no próximo feriado.
Mas as gafes, foras e furos, vou contando aos poucos... hoje é só esse lindo texto mesmo!
Que ninguém vai achar graça, mas eu achei, ué.. e daí??