ÉRAMOS JOVENS

terça-feira, 22 de setembro de 2015

'MAIS' DE ALZHEIMER II


Que lilás seja também outubro, novembro, dezembro e todos os dias de todos os meses do restante de nossas vidas.
“Em 2030 serão no mundo, 76 milhões de pessoas com a Demência de Alzheimer.” – Foi o que li.. não sei se estarei por aqui e nem consciente ou não, visto que, se estava na genética de minha mãe, não tô longe... kkkkkkkk sai de dentro dela. A genética do meu pai? Câncer que o levou aos 56 anos... logo, sei lá em 2030, né? Sem falar que não me ocupo em me cuidar, assumo! Rsrsrs
A questão é que isso em facebook não dá curtida, não dá compartilhamento, talvez uma tragédia, fofocas, brigas de partido, eu linda e gostosa aí sim... todo mundo quer ver, ler, dar seu pitaco, olhar e não falar nada, para não me “dar cartaz” mas quando falamos em VELHICE, nossa! Que horror. O mais "resolvido" ser, finge que não viu. Não queremos saber de velhos, doenças, fraldas geriátricas, horários, remédios. Nossa covardia não permite aceitar uma doença, e mais uma vez falo da minha VIVÊNCIA e não do que ouvi, me contaram ou li. Eu relutei da desconfiança médica em 1999 até a constatação em 2000/2001; a aceitação foi trabalhada nestes dois anos, e quando a médica fez o laudo que pedia a interdição judicial, morri um pouco. Na mesa da promotora eu chorei, eu desabei, lembro que fiquei mais de uma hora num papel de 5 minutos, a promotora me deu chá, me acalantou, me falou de outros casos, e disse que era difícil e ao mesmo tempo emocionante ver a minha dor de filha; coisa que ela não via em questões de interdição de idosos.
No fundo gente, é mais confortável para NÓS, NÃO TERMOS QUE NOS PREOCUPAR... ué, e nossos bebês, crianças? Não estamos alerta o tempo todo? Eles nascem sem andar, falar, não sabem comer, pedir... então por qual motivo nos lamentamos tanto quando são bebês grandes? Não achamos tão fofo ter que ensinar a criança a andar, comer, trocar suas fraldas, passar noites e dias acordados em médicos, em consultas. RESPONDAM-ME, QUAL A DIFERENÇA? ............................................. ah já sei, a diferença é que o bebê foi nossa opção, né? E o idoso... ah que saco! No fundo é o que sinto da maioria das pessoas, ah FREUD.. acho que nem você explicaria.
Existe muita surpresa ainda com o Alzheimer, mas qual doença é boa? Parece que as pessoas preferem ver seus idosos travados, mas conscientes, já pararam pra pensar que eles com uma doença grave e conscientes sofreriam muito mais do que sem lembranças? Imagine você travado numa cama e ciente de tudo que NÃO PODE MAIS, você ciente de que tudo o que precisa dependerá de outro... ah me perdoem, até hoje quem me conhece sabe que falo de todo coração, agradeço a Deus, por minha mãe não saber, depois da fase II, de NADA! Ufa. Ela não suportaria ficar a mercê de outro em sã consciência.

LOYRA*SP