ÉRAMOS JOVENS
terça-feira, 8 de março de 2011
Com Licença Poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
ADÉLIA PRADO
CORAGEM MULHERRRR!
“No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.”
A data só foi oficializada 50 anos depois, até isso é difícil.
A lei Maria da Penha, até hoje não é posta em prática, e culpa de quem? Do machismo velado. O machismo covarde.
Somos ainda vistas como alguém inferior, e bem diz meu amigo Santiago que se a mulher tomasse conta do mundo, este seria bem melhor.
Mas temos medo! Toda figura masculina nos induz ao medo desde pequenas. Droga, viu? Nossos pais, nossos irmãos e depois a maioria de nós passamos a vida correndo atrás do próprio rabo procurando um “marido” e note que geralmente este é quem? É nosso pai, é nosso irmão. Queremos a falsa “proteção”. Não paramos para pensar se queremos mesmo um parceiro para a vida e sim porque a sociedade cobra, porque a mãe cobra, porque é feio “não casar”.
Eu vou estar aqui todo dia 8 de março deixando meu protesto!
Claro que uma ou outra ainda se atreve a SER IGUAL, SER PARCEIRA contudo e contra todos.
É tempo de não calarmos perante a violência! E quando falo violência, não é só a física. Violência moral, psíquica, espiritual e outras mais que não deixam marcas aparentes, causam marcas irreparáveis no interior.
Levante, brigue, questione, busque conhecimento MULHER!
Bora! Faça um plagio do Obama: YES, WE CAN!!!
Claro que agradeço as flores, sorrio ao receber a mensagem no celular de minhas amigas virtuais (as reais, nenhuma vaca ligou ainda), que retribuo com alegria, mas mais que uma data de festa deve ser lembrada como data de luta.
Ouço homens idiotas que dizem: vocês não queriam igualdade? Então tomem! Sim... acho que ainda queremos igualdade de pensar, igualdade no argumentar e para tanto, eles (muitos deles) estão BEEEEEEEEEMMM longe, mas longe mesmo de NOS alacançar.
Hehehe.
BEIJOS
LOY
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